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"Luís Cília foi o primeiro cantor de intervenção que no exílio denunciou a guerra colonial e a falta de liberdade em Portugal. Gravando ininterruptamente a partir de 1964, realizou uma atividade musical, tanto discográfica como no que concerne à realização de recitais, tendo-se profissionalizado em 1967. Mas para além disso, Luís Cília, durante vários anos dedica-se ao estudo de harmonia e composição, o que é algo invulgar no universo dos cantores de intervenção. Esta formação musical fez de Luís Cília um dos mais respeitados compositores da atualidade, procurado pelas mais importantes instituições, nomeadamente desde que, nos anos 80, optou pela composição pura, o que aconteceu também, devido às muitas solicitações."
Eduardo Raposo, in Canto de Intervenção 1960-1974, Lisboa,2000, p. 74
“…
Mas destacando nomes, talvez chame aqui o de Luís Cília, que foi dos
músicos que mais gravou no
período
abordado no livro (e mesmo no panorama geral da música portuguesa
dos últimos
50 anos), e tem quase toda a sua
obra indisponível! Importa
(re)descobrir a sua obra! Como nota pessoal, refiro que em 1999 ouvi
num arquivo público em Estocolmo o seu último
LP de antes de Abril, “Contra
a Ideia da Violência, a Violência da Ideia”
(um disco belíssimo), e dei
comigo a pensar: “em
Portugal, não há nenhum organismo onde pudesse estar a fazer
isto”... Em 2002, comprei o LP em
Bruxelas, mas quinze anos depois continua
a não haver um arquivo de som em Portugal, onde a memória sonora do
país seja
preservada.”
João Carlos Callixto, entrevista a"Portugal Rebelde",
aquando da edição do seu livro "Canta, Amigo Canta - Nova canção Portuguesa (1960-1974)", 2014