5a Adeus trigo

 

 

 

 

 

Adeus trigo ai adeus trigo
Depois de ceifado adeus
Amanho-te e não mastigo
Nem eu nem eu nem os meus.

Searas cor do sol posto
Meu mar alto de aflição
Encho-o com suor do rosto
Em troca falta-me o pão.

Ai campos como os meus olhos
Rasos de água tanta vez
Foram-se espigas nos molhos
Vem fome pró camponês.
 

 

luis cilia

Poesia de

Arquimedes da Silva Santos

 

  

 

 

 

 

Caixa de texto: "La poésie portugaise de nos jours et de toujours – 3"

 

 

 

 

 

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esta faixa foi reeditada no cd colectânea