5a – Agonia
Saber que a morte vem... preparar tudo
Depois ela a crescer... e o ar mais frio
e mais inerte e abstracto e mais vazio...
e o som das coisas só num riso mudo.
Gotas de orvalho... choro mais agudo...
Muitas estrelas, muitas... céu macio...
Todo o tempo a deixar de ser sombrio...
Mistério findo ou começado em tudo!
Se o «quando» pode estar dentro da gente,
do que nós cremos pode ser diferente
a essência do momento derradeiro.
E quem sabe?... Talvez que nesse dia
a nossa dor não valha uma agonia...
não valha um sacrifício por inteiro.
Poesia de
Jorge de Sena