inédita 1 – Canção do soldado no Cerco do Porto
Sete balas só na
mão
Já começa amanhecer.
Sete flores de limão
Pra lutar até morrer.
Já estremece a tirania
Já o sol amanheceu.
Mil olhos tem o dragão
Há chamas d'oiro no céu.
Cresçam monstros e canhões
Contra este mar de vontades
A força bruta não pode
Vencer o sol das verdades
Abriu-me o peito o luar
Companheiros acercai-vos.
Arde em nós a luz do dia
Companheiros revezai-vos.
Já o rouxinol cantou
Tomai o nosso estandarte.
No seu sangue misturado
Já não há desigualdade.
Cresçam monstros e canhões
Contra este mar de vontades
A força bruta não pode
Vencer o sol das verdades
Poesia de
Urbano Tavares Rodrigues
"La poésie portugaise de nos jours et de toujours – 2"
Edição espanhola de 1973