3b – Maldita Cocaína
(Esta canção foi criada em 1929 na revista - Charivari)
Não esqueço a noite fatal
Em que vi a minha amante
O olhar duro e tão brilhante
Como o aço dum punhal.
A sua boca mordia
Suas mãos eram tenazes
Deixando nódoas lilazes
No meu corpo que sofria.
Maldita cocaína
Que roubaste a minha amante
Que p'ra sempre enlouqueceu
O teu poder fascina
És um corpo de bacante
Com melodias de orfeu.
Maldita cocaína
Odeio-te e gosto de ti
És a minha companheira
Embora a mais traiçoeira
Que eu amei e conheci.
Hoje não posso deixar
Esse pó de maldição
Vivo da sua ilusão
Acordado e a sonhar.
A vida instante a instante
Sinto que me vai roubando
Mas, ai de mim que é sonhando
Que me dou a minha amante.
Poesia de
Almeida Amaral
Música de
Cruz e Sousa