6a – Portugal resiste
(Esta canção foi gravada anteriormente no EP "Portugal Resiste"
O som que pode aqui ouvir é o desta edição)
Tiraste-me o
direito à vida , mas eu vivo
Mandaste-me prender, mas eu sou livre
Que não pode morrer, não pode ser cativo
Quem pela Pátria morre, e só por ela vive.
Vi os campos florir mas não ouvi
Raparigas cantando em nossas eiras
Nossos frutos eu vi levar e vi
Na minha Pátria as garras estrangeiras
Vi os velhos e os meninos assentados
nos degraus da tristeza vi meu povo cismando
vi os campos desertos, vi partir soldados
sobre o meu povo negros corvos vi pairando
E tu que do pais fizeste a triste cela
Tu que te fechas em teu próprio cativeiro
Tu saberás que a Pátria não se vende
E em cada peito em cada olhar se acende
Este fogo este vento de lutar por Ela.
Tu saberás que o vento não se prende.
E não terás nas tuas mõas de carcereiro
O sol que mora nas canções que nós cantamos
Nem estas uvas penduradas nas palavras
Tu que servis as pretendeste ou escravas
Em silêncios de morte e de convento
Tu ouvirás na língua que traíste
Palavras como o fogo como o vento
Estas palavras com que Portugal resiste
Poesia de
Manuel Alegre
esta faixa foi reeditada na URSS, pela editora Melodyia (anos prováveis 1973 ou 74), sem conhecimento do autor num EP.