8b - Canção final, canção de sempre
excerto da canção
Quando desembarcarmos no Rossio,
Canção
Vão
Dizer que a rua não é um rio,
Vão apresar o teu navio
Carregado de vento, carregado de pão.
Dirão que trazes tempestades,
Dirão que vens de espada em riste
E que foi, sangue sangue o vinho que pediste
Vão vestir-te com grades
Que é o destino para todas as idades
Na pátria dos poetas em Rossio triste
Virão em busca do teu sonho do teu pão
E hão-de exigir a nossa rendição
Quando desembarcarmos no Rossio
Mas, eu, canção
Eu gritarei de pé no teu navio
«Não».
Poesia de
Manuel Alegre
Aqui poderá ouvir a versão desta canção inserta no LP "Meu País", 1973
E aqui (clique na imagem) poderá ver no youtube uma gravação na TV francesa do Luis Cília a cantar esta canção num restaurante em Paris (1966)
A canção “ Canção final, canção de sempre” foi interpretada/divulgada em Portugal, no regime fascista pelo cantor Adriano Correia de Oliveira no seu disco de 1967 – LP SB 1018 da etiqueta Orfeu. A faixa “Canção final, canção sempre” foi editada, com arranjos específicos, pelo Adriano com o título “Canção Terceira”. Posteriormente é reeditada a mesma canção no disco SB 1033 denominado "José Afonso. Adriano Correia de Oliveira, Padre Fanhais".