1a – Meu país
excerto da canção
(na edição de 1973 este poema não é completamente interpretado como na versão original, tendo sido excluída a parte final do mesmo ( termina em "...Nada pode calar o nosso riso aberto"))
Meu país meu pais
Do céu límpido calmo
De campos cultivados
De praias e montanhas.
É para ti meu canto
A minha esperança.
Ouço a tua voz triste
Oh, meu país sem culpa
Ouço-a nos dias mornos
No amanhecer cinzento.
E é para ti meu canto
A minha esperança.
Meu país onde a traição domina
E o medo assoma nas encruzilhadas
Meu país de prisões e covardias
E de ladrões de estradas.
Meu país de operários
Cavadores, marinheiros
Meu país de mãos grossas
Plebeu, sensual, resistente.
É para ti meu canto
A minha esperança.
Para ti meu país
Levanto a minha voz sobre o silêncio
Desta noite de angústias
E de medos.
Nada pode calar
O nosso riso aberto
Ei-lo que invade
A terra portuguesa
E vozes juvenis formam o coro.
Por isso é para ti meu canto
A minha esperança.
Já ouço passos,
Vêem na distância
Desfraldando bandeiras e cantando
E é para ti oh! meu país liberto
O seu canto de esperança e claridade.
Poesia de
Daniel Filipe
Aqui poderá ouvir a versão desta canção inserta no LP "Meu País", 1973